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domingo, 4 de julho de 2010

No anseio


No meu anseio de procurar algo, encontrei isso em um papel amassado no fundo de minha caixa verde...


“O caminho trilhado muitas vezes é confuso, impetuoso e turbulento. Outras vezes, porém, parece tudo tão claro e óbvio que viver, acaba sendo uma simples tarefa. Busco de forma intensa e profunda algo, que nem ao menos sei o que é. Imagino, fantasio e, porque não, invento. Procuro milhões de maneira de tentar entender o mundo a minha volta, as pessoas que me cercam e a vida que me abraça. No entanto quando, penso que comecei a entender alguma coisa, que estou indo no rumo certo, me olho no espelho. Intrigo-me com os meus próprios olhos castanhos. Desisto. Nem ao menos sei o que tem por trás desses arregalados olhos castanhos, quiçá saber alguma coisa da vida. Peguei-me agora pensando, por qual razão estou agora escrevendo isso? Tenho quase certeza que ninguém, além de mim e você, irão ler esse papel de caderno velho e amassado. Acabo de lembrar Helena. Sempre a olhava e a admirava por conta daquele caderno rabiscado e engraçado que ela trazia nos braços, pra lá e para cá. Acho que tudo o que ela sentia e pensava lá estava contido, suponho, pois nunca cheguei a perguntá-la o que ali tanto escrevia. Acreditava que deveria ser algo muito pessoal, então, sempre a deixava sozinha com seus pensamentos e um rabiscado caderno verde. 21/02/2007”

Lembro perfeitamente de ter te mostrado esse texto em uma ocasião. Foi então que achei, dobrado dentro de um envelope a tua resposta.


“O desejo inato de conhecer o mundo e a vida, todos têm, se isso te conforta amiga...O bom da vida é que sempre há alguém que se importa; sempre. No entanto, às vezes, a gente quer, no fundo, que essa pessoa não exista, para que nosso caminho seja mais árduo, mais diferente de toda essa massificação banalizada chamada vida. Por isto a escrita: para que pelo menos nossos sentimentos se eternizem. Parabéns pelas palavras. Nunca desista! Um beijo do teu eterno amigo.”


Olhos marejados e sentimentos eternizados. Sinto a tua falta, amigo.

6 comentários:

Line #) disse...

Sempre fui apaixonada pelas palavras que ouvia de ti, agora sou apaixonada pelas palavras que leio de ti. PARABÉNS Maricotinha. Adorei o texto, tembém não entendo os meus olhos castanhos...

Camila Paier disse...

Ei Mari! Finalmente, pude descobrir algumas das tuas palavras - pois sei que muitas e muitas ainda virão. O que acho ótimo, tu sabes! Hahahaha
E quanto sentimento..O que gostei desse post foi a resposta, ela existir. Acho que sempre temos mesmo essas pessoas que se importam, essas pessoas queridas. Anjos, que chamamos de amigos. E querer além disso é a loucura à qual todos nós somos submetidos e subnutridos: a busca incessante de amor companheiro, de verdade. Pelo menos, foi o que eu consegui sentir, e sintetizar do que escreveste, amiga.
Nem preciso falar que, ameeei o teu jeito de escrever, meio íntimo como o meu, e já te sigo!
Um beeeijo girl!

+ daiane vilar disse...

gostei,gostei mt *-*

Thais disse...

Tu e essa tua caixinha verde... sempre cheia de surpresas! Me identifiquei bastante com esse post, muito lindo mesmo!

Amanda Arrais disse...

Como disse a Camila, adorei o fato de haver uma resposta.
Bom saber que pra cada dúvida e vazio nosso há sempre alguém pra nos reconfortar com palavras ou gestos.

Gostei daqui. =*

helena agra disse...

será que sou eu?
gostava muito desse caderno verde. quando roubaram minha mochila ele tava dentro. foi a maior perda.
realmente, todos os meus sentimentos contidos estavam dentro dele. 2006 foi um ano de sentimentos contidos.
foi quando eu tive que aprender a conviver comigo.

hoje meu caderno é vermelho. lindo. mas nunca nenhum será como aquele verde.

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